O Sacramento do Batismo foi instituído por Jesus com
o objetivo de santificar a vida da humanidade, conforme
podemos ler no Novo Testamento, no Evangelho escrito por São Mateus, que
reproduz as palavras do Senhor:
“Toda autoridade sobre o Céu e sobre a Terra me foi
entregue. Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos,
batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-as a
observar tudo quanto vos ordenei. E eis que Eu estou convosco todos os dias até
a consumação dos séculos!” (Mt 28, 18-20)
Normalmente o Batizado é realizado na Igreja. E quem
Batiza são os Sacerdotes, Diáconos e Ministros credenciados.
Quanto à maneira de Batizar, Jesus mandou que
Batismo fosse feito do mesmo modo que João Batista fazia, quando realizava um
“Batismo de Penitência” no Rio Jordão, preparando o povo para que recebessem
dignamente o Messias. Da mesma maneira que no Batismo de Penitência, no
Sacramento do Batismo tem “Matéria” e “Forma”.
A “Matéria” é a Água utilizada na Cerimônia, que
pode estar num rio, numa fonte, numa piscina, numa banheira ou dentro de uma
jarra. Jesus escolheu a Água, porque ela é o símbolo da vida, ninguém vive sem
ela.
A “Forma” são as palavras ditas no momento da
celebração.
O rito central do Batismo vem da palavra grega
“Baptizein”, que traduzida para o português significa “imersão”. Antigamente a
maneira de Batizar era por “imersão” realizada num rio ou numa piscina. Com o
passar dos anos, pelo desconforto que ocasionava, a Igreja instituiu a
“Infusão” com Água, ou seja, o derramamento de Água na cabeça do batizando,
pronunciando a “Forma”: “Eu te Batizo em nome do Pai, (derrama uma porção de
água na cabeça do batizando) do Filho (derrama uma segunda porção de água) e do
Espírito Santo" (derrama outra porção de água).
Mas porque Batizamos nossos filhos? Qual a
finalidade do Batismo? Será que é para nossos filhos não serem “azarados” ou
para não “pegarem mal olhado”? Ou porque é bonito! Ou porque todo mundo batiza,
e por isso, nós vamos batizar também!
Evidentemente este não pode e não deve ser os
motivos para Batizarmos os nossos filhos .
Batizamos nossos filhos e
afilhados, para que eles recebam o manancial de graças que o Senhor derramada
sobre as pessoas, através do Sacramento. Pelo Batismo nossos filhos tornam-se
“cristãos”, irmãos de Cristo, membros de sua Igreja e participantes de seu
sacerdócio. No momento da “Infusão da Água”, o Espírito Santo desce sobre o
batizando, perdoando os seus pecados cometidos até aquele dia (caso do Batismo
de Adultos), neutraliza o efeito nefasto do Primeiro Pecado (cometido pelos
nossos primeiros Pais) também chamado de Pecado Original, coloca no coração do
batizando a semente da Fé que ele deverá ter em Jesus e na Santíssima Trindade
(que nos inventou e criou), concedendo as três Virtudes Teologais: Fé,
Esperança e Caridade (Amor), além do Caráter Sacramental de “Filho de Deus”.
Por todas essas razões, devemos ter pressa em
Batizar os nossos filhos, para que eles recebam estas preciosas graças que o
Senhor nos concede através do Sacramento.
Por outro lado, é fácil compreender que o Batismo é
um “Sinal”, pelo qual demonstramos querer que os nossos filhos e afilhados,
sejam realmente de Deus. Assim sendo, através do Sacramento do Batismo, a
humanidade faz uma “Aliança” com o Criador. Ele é o parceiro perfeito, porque
sempre cumpre integralmente a sua parte. O Sacramento nos oferece meios e nos
predispõe a cumprirmos também a nossa parte, estimulando-nos a assumirmos os
deveres e obrigações de cristãos e sermos de fato aqueles “Filhos de Deus”, que
o Senhor gostaria que fôssemos.
Esta é a resposta correta que deve ser dada a quem
fizer a pergunta: porque Batizamos os nossos filhos?
São João em seu Evangelho, transcreve outras
palavras de Jesus: “Eu sou a verdadeira vide e o meu Pai é o agricultor. Todo ramo
em Mim que não produz fruto, Ele o corta, e todo o que produz fruto Ele o poda,
para que produza mais fruto ainda.” (Jo 15, 1-2)
Os batizados tornam-se
“ramos” da imensa videira que é Jesus. Então, temos que ensinar e educar os
nossos filhos para que eles dêem frutos na vida, que sejam trabalhadores,
responsáveis com seus deveres e obrigações, que pratiquem a justiça e o amor
fraterno e não se afastem de Deus, rezando com frequência e participando da
Santa Missa. Isto porque, as pessoas que produzem frutos serão “podadas” pelo
Criador, ou seja, receberão mais virtudes e dons, para que possam aperfeiçoar
ainda mais as suas boas qualidades e poderem produzir ainda mais frutos.
Contudo, aquele “ramo” que não produz fruto, o
Criador o “corta”, ou seja, deixa-o entregue a sua própria sorte, até que um
dia ele compreenda o seu desacerto e decida buscar um caminho de conversão.
Quando afirmei que o Sacramento do Batismo perdoa
todos os pecados cometidos até aquele dia, coloquei em evidência o Batismo de
Adultos, porque a criança ainda não cometeu pecado. Todavia, para Batizar um
Adulto, é necessário que ele seja preparado convenientemente, conheça a
Doutrina e compreenda a Verdade Cristã, a fim de que possa receber o Sacramento
e ter plena consciência do valor e utilidade do mesmo.
Desse modo, conforme já mencionamos anteriormente, o
Adulto deve ser preparado através de uma catequese eficiente, para receber no
mesmo dia o Sacramento do Batismo, depois o Sacramento da Crisma ou Confirmação
e logo a seguir, na mesma cerimônia, a Primeira Eucaristia, sem a necessidade
de se confessar com um sacerdote, porque sendo Batizado recebe a graça do
perdão de todos os seus pecados cometidos.
Poderá também receber qualquer outro Sacramento, se
tiver sido preparado para recebê-lo.
Os Sacramentos instituídos por Jesus para a nossa
santificação através do Espírito Santo, são sete (7): Batismo, Crisma ou
Confirmação, Confissão ou Penitência, Eucaristia ou Sagrada Comunhão, Unção dos
Enfermos, Ordem e Matrimônio ou Casamento.
O Batismo é o primeiro dos Sacramentos da Iniciação
Cristã, somente depois de recebê-lo é que as pessoas poderão receber os outros
Sacramentos.
O Batismo também neutraliza o efeito nefasto do
Pecado Original ou Primeiro Pecado. Mas que Pecado é esse?
Foi o Pecado cometido pelos nossos primeiros pais,
Adão e Eva.
Deus criou o universo com
tudo o que existe, numa manifestação normal e espontânea de seu infinito e
generoso Amor. Ele nunca precisou de nada e de ninguém para completar a sua
felicidade, porque Ele sempre foi e é feliz! Criou a humanidade por imensa
Bondade, porque quis dividir com suas criaturas, o esplendor, a beleza e o
conforto do Paraíso Eterno. Por outro lado, pelo fato do Criador ser Onisciente
(sabe de todas as coisas; é conhecedor do presente, do passado e do futuro),
quando criou Adão e Eva, sabia que eles seriam tentados pelo maligno e seriam
fracos e não resistiriam à tentação. Mesmo assim, agilizou a criação e colocou
os nossos primeiros pais no Éden, no Paraíso Terrestre e lhes deu este
mandamento: “Podes comer (os frutos) de todas as árvores do jardim. Mas da
árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás, porque no dia em que dela
comeres terás que morrer.” (Gn 2, 16-17)
Entretanto, o demônio sempre a espreita de uma
oportunidade para querer interferir no Plano de Deus, sob a forma de uma
serpente tentou Eva, dizendo-lhe que ela não ia morrer, que se comesse daquele
fruto seria como deuses, conhecedores do bem e do mal. Eva iludida pela
tentação fraquejou e aceitou o fruto da árvore proibida comendo um pedaço.
Gostou! Ofereceu a Adão que também comeu do fruto. Estava concretizado o
Primeiro Pecado, também chamado: Pecado Original. Na realidade, o Pecado
Original além de ter sido um Pecado de Desobediência, foi também um Pecado de Soberba,
porque Adão e Eva além de desobedecerem à ordem do Criador, enfeitiçados pela
tentação diabólica quiseram ser como “deuses”.
E por ter sido uma ofensa direta contra Deus, teve
reflexo infinito, porque o Criador é infinito. Assim, todas as gerações que
nasceram e continuam nascendo trazem a maldita chancela, o estigma hereditário
do Primeiro Pecado ou Pecado Original.
Todavia, como Deus sabia que ia acontecer a tentação
e que nossos primeiros pais, apesar de estarem revestidos de graças especiais,
acolheriam inocentemente a trama de satanás, projetou enviar o seu próprio
Filho, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, para Salvar e Redimir a
humanidade por causa do Primeiro Pecado e dos Pecados Subsequentes que foram
cometidos.
E assim aconteceu, na plenitude dos tempos, pela
ação do Espírito Santo, Jesus nasceu da Virgem Maria entre nós, no meio do povo
que Ele veio Salvar e Redimir. E cumpriu maravilhosamente a sua Divina Missão,
derramando o seu sagrado e precioso sangue no alto de um madeiro, neutralizando
o poder do Pecado Original, Redimindo e Salvando todas as gerações, e
consolando o Criador, além de deixar-nos os seus ensinamentos, o seu exemplo
maravilhoso de Homem, deixar-nos os Sacramentos para santificar a humanidade e
também, deixar-nos Maria sua Mãe, para ser a Mãe Espiritual de todos nós, nossa
intercessora e advogada de todas as causas junto de Deus.
Depois da vinda de Jesus as pessoas continuam
nascendo e da mesma forma, trazem na alma o estigma do
Primeiro Pecado. Mas agora, as pessoas trazem também a graça Redentora que
nasceu no Divino Sacrifício do Senhor na Cruz, graça poderosa que neutraliza o
poder daquela predisposição para o mal e impede o domínio das más ações
oriundas do Pecado Original.
Por outro lado, na cerimônia do Batizado, no momento
em que o celebrante derrama Água na cabecinha do batizando, o Divino Espírito
Santo coloca no coração do candidato a semente da Fé que ele deve ter em Jesus
e na Santíssima Trindade que o inventou e criou.
Todavia, a “Fé” embora sendo uma força invisível e
poderosa, ela requer atenção, precisa ser cuidada e alimentada diligentemente,
caso contrário irá se enfraquecendo e até desaparecer totalmente.
Mas como cuidar da “Fé”?
Alimentando-a com leituras Bíblicas, com livros
sobre a Vida dos Santos, através das Orações diárias, das Santas Missas, jejuns
e penitências que forem realizados ao longo da existência, acompanhados de uma
dedicada frequência aos Sacramentos.
E também é importante realçar, que o Sacramento do
Batismo não depende da “santidade” e nem da “fé” do celebrante que dirige a
cerimônia, mas primordialmente da sua “intenção”, em querer Batizar as pessoas
(Crianças e Adultos).
A Igreja aceita ainda três tipos especiais de
Batismo: Batismo de Emergência, Batismo de Desejo e Batismo de Sangue.
BATISMO DE EMERGÊNCIA
È aquele ministrado durante uma emergência. Para ficar bem explícito,
vamos exemplificar: Imaginemos que o filho de um casal ao nascer, apresentou um problema sério de
saúde. Então, os pais vão a procura de um sacerdote ou um diácono para Batizar
a criança, porque de acordo com o diagnóstico médico, ela tinha uma pequena
chance de viver. Mas os Pais não encontraram ninguém para Batizar o filho.
Neste caso, se você estiver presente ao acontecimento, deverá Batizar a
criança. O procedimento é simples: os pais escolhem um nome para a criança e da
mesma maneira, escolhem os Padrinhos entre as pessoas que ali se encontrarem,
ou poderão também escolher como Padrinhos, um Santo ou uma Santa da devoção
deles. Com um copo de água filtrada e uma pequena mecha de algodão poderão
realizar a cerimônia, molhando o algodão na água e colocando-o de leve na
cabeça da criança por três vezes, dizendo a “Forma”: “José ou Maria, eu te
Batizo em nome do PAI (coloca o algodão molhado na cabeça da criança), do FILHO
(coloca o algodão molhado outra vez) e do ESPÍRITO SANTO" (coloca-o pela
terceira vez). A criança está Batizada. Se ela morrer, sua alma vai certinha
para os carinhosos braços de Deus.
Entretanto, pode acontecer que ela não morra, porque
a Misericórdia do Senhor é muito grande e Ele pode decidir, através daquele
Batismo de Emergência, restituir a saúde à criança.
E agora, o que fazer? A criança está Batizada,
embora não foi Batizada na Igreja e nem o celebrante foi um sacerdote, ou
Diácono ou um Ministro credenciado! Como legalizar esta situação?
Os pais deverão ir a Igreja e contar a ocorrência ao
Padre. Ele autorizará que num domingo de Batizados na Igreja, a criança seja
submetida à parte Complementar do Batismo (liturgia da palavra, unção com óleo
dos catecúmenos, veste branca, vela acesa), para que o nome dela seja inserido
no Livro de Registro de Batizados da Paróquia. No futuro, quando a criança
tornar-se jovem e necessitar de uma Certidão de Batismo para o Casamento, a
Igreja terá condições de fornecê-la.
BATISMO DE DESEJO
Voltando ao exemplo anterior, em que a criança recém nascida estava
com um grave problema de saúde, e que os pais procuraram exaustivamente e não
encontraram um sacerdote, um diácono ou um ministro credenciado para batizá-la
e também, não havia ninguém que soubesse nada a respeito do Batismo de
Emergência! Isto resultaria que a criança ia morrer sem ser Batizada.
Nestes casos, a Misericórdia Divina atua em
plenitude, porque Deus conhecendo todos os corações, sabe que existiu de fato,
o “desejo” e a “intenção” dos pais em Batizar a criança. Eles procuraram
exaustivamente um celebrante e não encontraram. Então, pela Bondade
incomensurável do Senhor, concretiza-se o “Batismo de Desejo”. A criança
morrendo, a sua alma com certeza, irá para o Céu.
BATISMO DE SANGUE
Acontecia com frequência no início do Cristianismo. Naquela época,
aqueles que se preparavam para serem Batizados, chamados de Catecúmenos,
frequentavam a Comunidade Cristã durante três anos de preparação. Eram adultos
que assumiam a responsabilidade Batismal. A partir do ano 64, Nero, um terrível
Imperador Romano, querendo conseguir espaço para fazer novas construções
grandiosas em Roma e também, para se inspirar e escrever um poema épico, mandou
incendiar diversos casarões no centro de Roma. Como existiam muitas casas de
madeira, o fogo alastrou-se com violência e destruiu quatro, dos quatorze
bairros que a cidade possuía, matando muita gente e deixando milhares de
pessoas completamente desprotegidas. Diante da catástrofe, ele se acovardou,
ficou apavorado e com medo. Junto com seus comparsas decidiram arranjar um
“bode expiatório” para ficar com a culpa do incêndio. Colocaram a culpa nos
cristãos. Então, iniciou uma cruel e abominável perseguição prendendo homens,
mulheres, velhos, jovens e crianças. Não poupavam ninguém. Iam todos para as
prisões romanas. Do cárcere eram levados para o Coliseu Romano e para Circo de
Calígula, onde eram estraçalhados na arena pelos leões famintos, também
crucificados impiedosamente, enquanto outros amarrados em postes de madeira
tinham o corpo impregnado de betumem, eram incendiados, transformando-se em
tochas vivas para iluminar a devassidão da corte imperial. Morriam derramando o
sangue pela causa de Cristo. Eram verdadeiros “Mártires”! Por isso dizemos que
acontecia um “Batismo de Sangue”. Embora fossem catecúmenos, ou seja, ainda não
tivessem recebido o Sacramento do Batismo, como derramaram o seu sangue crendo
em Deus, foram para o Céu, como verdadeiros “Santos”.